05/08/2009

Olhar Subterrâneo
Entre a escuridão e a beleza

Pode haver beleza na escuridão? Janor Vasconcelos disse que sim, através de seus desenhos e pinturas, e comprova que a arte exerce uma funçâo primordial em nossa vida - velar e revelar o ser humano na sua essência.

Em Olhar Subterrâneo somos convidados a mergulhar em um labirinto de emoções, conduzidos pelas linhas do artista, num quase desespero para encontrar a luz. Nosso olho funciona como uma lanterna que ilumina os mineiros dentro das galerias submersas. Lá os encontramos envoltos na dura realidade do ofício, no cotidiano obscuro e árduo daqueles que buscam sua sobrevivência nas profundezas da terra.

Seus traços conduzem a um paralelo entre esses trabalhadores e nós que estamos sobre a terra. Conflitos, esperanças, medos, forças e alianças são alguns dos sentimentos simulados no emaranhado de linhas que a mão do artista transpõs para o papel.

Ao desvendar os subterrãneos da terra, Janor desperta a beleza contida nos labirintos da alma.

Franzoi

01/08/2009

Exposição Museu de Arte - Blumenau

Olhar Subterrâneo

Sala Especial do MAB - Museu de arte de Blumenau.
Exposição de Pinturas e desenho sobre papel do artista
catarinense Janor Vasconcelos.

Visitação: 16/07 à 16/08/2009



As inúmeras imagens apresentadas na proposta do artista traça um paralelo entre a vida diária do ser humano e o cotidiano obscuro e árduo dos mineiros que buscam a sua sobrevivência nas profundezas da terra.

A riqueza dos detalhes acentuam a forte carga de expressões e desnudam a desconhecida alma humana. A face oculta e escondida dos nossos sentimentos estão registrados no encontro de linhas, curvas, retas como se estivéssemos caminhando num labirinto de sentimentos que nos remetem aos desafios para nos superar diante dos enigmas da vivência humana em sociedade.

O artista não escondeu o seu desejo de impactar o espectador com imagens tão ímpares: o horror da escuridão dos subterrâneos contrastando com nossos conflitos diários, galerias de sentimentos em constante mutação: vida e morte; tristeza e angústia; sofrimento e esperança; incertezas e desilusões.

Num mundo competitivo, o homem percorre desafios e obstáculos para conquistar seus objetivos pessoais e profissionais e são caminhos às vezes tortuosos de regras e de limites impostos pela própria sociedade.

A multiplicidade de rostos que o artista reproduziu, obedeceram a lógica do nosso tempo: devolvemos ao exterior imagens destorcidas do nosso eu, mascarando assim os nosso sentimentos diante da brevidade da vida humana.

Nesse contexto o artista coloca em discussão o reflexo do cotidiano de um mundo repleto de regras sociais em que o ser humano se sente isolado. É nesse olhar de agonia e drama que o artista faz uma reflexão em seus desenhos, usando uma linguagem contemporânea onde retrata a comunicação facial, muitas vezes incômoda colocando em foco o olhar e suas interpretações nas mais variedades atividades.

Assim como ocultamos nossos sentimentos diante do improvável nos labirintos da alma, os trabalhadores escondem as inúmeras expressões nos labirintos da terra, e que podem ser observadas nas séries de rostos dramáticos produzidos pelo artista.



Chico Sanchez
jornalista






















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